29 de janeiro de 2009

parabéns, menina!

Uma amiga que me é muito querida faz anos hoje. Bem, na verdade faz amanhã, mas, como ela diz, astrologicamente falando é hoje. Confesso que não percebi lá muito bem como é isto... Ao que parece, o Sol entra em conjunção com o Sol natal dela exactamente agora, às 21:28! (desta parte é que não percebi mesmo nada!)

PARABÉNS, menina!

ah, e não penses que escapas, quero uma fatia do bolo...

26 de janeiro de 2009

a vaquinha vermelha

Era uma vez uma vaquinha muito timidazinha que vivia com a mãezinha numa terrinha alentejana. Para seu grande desgosto, não tinha nome. A mãe já lhe havia explicado que Beja ficava muito longe e que em Barrancos não registavam nomes de vacas, visto estarem sempre ocupados com touradas e porcos pretos. E que o galo também não tinha nome e muito menos o burro, pelo que deixasse de se lamuriar. Mas, em compensação, tinha uma alcunha. Ela era a Vaquinha Vermelha. E ela nem era comunista nem nada, que o Alentejo já não é o que era e agora até já por lá haviam construído o Alqueva. É que ela corava com qualquer coisinha e desde que o Cavaco falou no Pulo do Lobo andavam sempre a acontecer coisinhas lá por aquelas bandas e ela ficava coradinha o tempo todo.

Um belo dia, a mãezinha (da vaquinha, a tal vermelhinha de tão coradinha) mandou-a levar um cestinho cheio de doces de grama à avozinha (da vaquinha, que a da mãezinha já havia morrido) que vivia sozinha do outro lado do monte e estava muito doentinha. A mãe tinha pensado enviar só meio cestinho, mas decidiu que ele iria cheio, pois já andava meio enjoada de tanto doce de grama e a vaquinha coradinha poderia querer comer um, ou até dois, pelo caminho, ou até dar à sua amiga cabrinha, também se nome, mas que não era coradinha, dado ser toda pretinha, somente com uma risca branca em diagonal por baixo do olho esquerdo e que, diziam, tal se devia ao facto de o velho bode seu pai ter sido apanhado de raspão por raio que lhe havia arrancado um chifre um ano antes de ela ter nascido e que por pouco não tinha impedido a sua existência. E ela gostava muito da sua risca pois assim ficava diferente de todas as outras cabras da quinta e só uma vez na Amareleja tinha visto outra muito parecida e tinha até perguntado à mãe se seria sua prima, mas a mãe fez de conta que não ouvia e foi, zangada, conversar com o pai. Ela, a vaquinha coradinha, e a sua amiga cabrinha, a da risquinha, gostavam muito de pastar juntas nos campos do ti Manel Carrapito enquanto este se entretinha a seguir um caracol na sua marcha acelerada pelo tronco de uma azinheira acima.

Mas a mãe era uma vaca velha e conhecia muito bem a fama do feroz e temível Touro Chifrudo que vivia por aquelas bandas, pois já se tinha cruzado com ele por algumas vezes e desejava cruzar-se mais, pelo que lhe recomendou muito bem recomendado que em circunstância alguma se aventurasse pelo prado encantado, que desse a volta, que passasse ao largo, que passasse longe, que se fosse preciso atravessasse mesmo os terrenos das vacas amarelas, que fosse rapidinho, que estivesse sempre atenta, que nunca baixasse as orelhas nem para enxotar uma mosca, que nunca levantasse o rabo para não ser vista, que fosse numa pata e viesse na outra, pois temia que o velho-mas-ainda-em-forma Touro Chifrudo fizesse um churrasquinho com ela se lhe deitasse o corno em cima.

E a vaquinha lá foi, lá foi, naquela manhã tão linda, tão linda, mas mesmo tão linda em que o céu era azul, mas tão azul que era mais azul que as meias do Pinto da Costa, as nuvens tão brancas, que pareciam ter sido lavadas com lixívia Neoblanc, a relva era tão verde, mais verde que as riscas da camisola do Sporting, as amoras que nasciam das silvas do caminho eram tão doces, mas tão doces, que eram mais doces que os lábios da Angelina Jolie e tão macias, tão macias, que eram mais macias que algumas partes da Cláudia Vieira que eu não sei bem como são porque nunca lá passei a mão, mas gostava de ter passado. Convidava mesmo a um passeio e, como a vaquinha gostava muito de passear e também gostava muito de ir visitar a avozinha, lá foi ela, toda contente, caminho fora, em cima das suas quatro patinhas.

Uma brisa muito suave vinda de cima, lá dos lados de Serpa ou então de Évora (que a vaquinha sabia muito pouco de geografia e a mãe não a deixava ir à escola porque ela não conseguia segurar bem no lápis e o professor gostava muito de mamar nas tetas), despenteava os cabelos de uns senhores que andavam de rabo pró ar a apanhar bolotas que metiam em grandes baldes e que já tinham três cheios e dois estavam quase meios, sendo que um tinha mais que o outro. Quatro pardais estavam reunidos num galho do chaparro mais alto e berravam o seu coro matinal, irritando os que ainda dormiam. Até que um corvo deu uma grande bicada num e o grupo desfez-se e acabou assim a chiadeira.

E a vaquinha estava tão contente, mas tão contente e tão feliz da vida por ir visitar a avozinha e por sair de casa que só não saiu trotando porque não sabia trotar, mas saiu cantando, mesmo sem saber cantar:

Pelo prado fora
Cá vou eu sozinha
Levar uns docinhos
À minha avozinha

E repetia sempre a mesma coisa porque não sabia o resto da música, e ela gostava assim porque tinha aprendido com a sua prima malhadinha que lhe tinha ensinado e ela também só sabia esta parte. E prestava muita atenção à magnífica estrada ladeada de silvas carregadas de amoras pretas e algumas vermelhas do lado direito e de um muro baixo, meio escangalhado e cheio de ervas, à esquerda e que se estendia à sua frente, mas que ela não via onde ia dar porque tinha uma curva a uns trinta passos. E ela gostava muito de prestar atenção, mais para não pisar nas bostas das outras vaquinhas do que para apreciar a beleza da paisagem. Ela não gostava nada de borrar as suas patinhas pois era muito asseadinha e depois tinha de as ir esfregar na grama e mesmo assim ficava sempre um cheiro que a incomodava pois era difícil limpar tudo muito bem no meio dos cascos e ela não conseguia esfregar com um pau porque não o conseguia segurar.

Mas de repente, em plena manhã de céu azul, mais azul que as meias do Pinto da Costa e de nuvens brancas lavadas com lixívia Neoblanc, parou, toda espantada! As pupilas dos seus grandes olhos, que o milhafre andava há umas semanas a cobiçar, dilataram-se tanto que ela até se sentiu meio zonza e teve de as cobrir com as grandes pálpebras e deixar entrar pouco sol pois estava a começar a ficar cega. Entreabriu as pestanas e, mesmo à sua frente, a um palmo do seu nariz, ou seja, a uma pata do seu focinho, nada mais nada menos que uma anisoptera com as suas asinhas transparentes a bater com muita força!

Acontece que a vaquinha gostava muito de libelinhas. Tinha adquirido uma enorme admiração por elas uma vez em que tinha ido com a sua amiga cabrinha beber água ao açude e tinha visto um helicóptero a carregar um grande balde de água que foi deitar em cima de uns carvalhos que estavam a arder. E depois viu junto à borda um pequenininho pousado numa folha e a sua amiga cabra é que lhe disse que aquilo não era um helicóptero, e que era uma libelinha, da subordem anisoptera e ela gostara muito deste nome. E ela ficou tão encantada que foi atrás da libelinha e foi andando, andando, para trás e para a frente, para um lado e para outro, sem se dar conta dos perigos que poderia correr. Até podia ter caído num poço se por acaso houvesse algum por aqueles lados, mas não caiu porque não havia nenhum.

E de repente, assim como o Durão Barroso saltou do governo e fugiu para a Europa, a libelinha sumiu. E foi então que a vaquinha olhou à volta e não sabia muito bem onde é que estava. Mas como havia algum nevoeiro por aqueles lados, ela deduziu que estava no prado encantado e ficou toda a tremer e aterrorizada, não fosse senhor Touro Chifrudo aparecer. Só não chorou porque não quis.
- Porra, pensou. Agora tenho de voltar para trás.
Ela não gostava nada de dizer palavrões porque ficava ainda mais coradinha, mas como só pensou, ninguém iria ouvir.

Andou um pouco às arrecuas, só três passadas, deu meia volta e voltou a correr para o caminho com silvas e amoras pretas e algumas vermelhas e o muro meio escangalhado. E quando saiu do nevoeiro e viu bem o céu azul, mais azul que as meias do Pinto da Costa, ficou toda contente e lá foi de novo, desafinando os mesmos versos lá de cima e prestando muita atenção, mais para não pisar nas bostas das outras vaquinhas do que para apreciar a beleza da paisagem.

Mas o Touro Chifrudo era um boi informado, pois até lia o Expresso aos sábados e costumava assinar o Clarim de Beja e sabia que a avó da vaquinha vermelhinha estava muito doente. E, deve ter sido pelo cheiro, sabia que a dona vaca tinha feito docinhos de grama. Deduziu logo que a dona vaca mandaria a vaquinha levar os docinhos à avó e como sabia que ela gostava muito de libelinhas ficou no alto à espreita a ver se ela aparecia atrás de alguma pelo prado encantado adentro, preparado para lhe deitar a pata em cima. Mas como a vaquinha se assustou e pensou “porra” e voltou para trás, o Touro Chifrudo teve de pensar numa outra forma de lhe armar uma cilada. E como a vaquinha iria ainda demorar muito a chegar à casa da avozinha, pois era alentejana, tinha tempo para pensar em alguma coisa e dirigiu-se para a casa da avozinha da vaquinha, que a dele tinha sido transformada em bifes quando ainda era nova.

Pôs-se a trotar, que ele era um boi-velho-mas-em-forma e sabia trotar muito bem e, em menos tempo que o Sócrates anuncia uma nova medida, tomou posse da cama da avozinha fingindo ser uma vaquinha muito velhinha e muito doente. Tentou disfarçar a crista à índio moicano despenteando-se todo, dando mais um ar de bruxa do filme do Robin dos Bosques, aquele em que entra o Morgan Freeman que nos outros não me lembro bem e o Touro Chifrudo gostava muito dele pois já o tinha visto no Se7en.

Ficou bastante tempo à espera. Já estava a ficar meio impaciente, mas lá se lembrou que a vaquinha era alentejana e pensou em fazer não sabe bem o quê porque de repente ouviu um toc toc toc na porta do casebre. Só podia ser a vaquinha, pois ela gostava muito de bater três vezes.

- Quém é? Perguntou o Touro Chifrudo tentando esganiçar a voz, mas esta saiu com um tom de bagaço.
- É a sua netinha, avozinha.
- Entra filhinha, digo, netinha.
Qrrréééééééé. A porta abriu-se. Qrrréééééééé. A porta fechou-se. Naquele tempo ainda não tinham inventado o óleo Galp Super Plus e o azeite era muito caro e não podia ser desperdiçado em dobradiças ferrugentas.
- Que voz grossa que tu tens, avó!
- Estou muito rouca, minha netinha! Andei a chupar muito ontem à noite!
- Andou a chupou o quê, avó? – Quis saber a vaquinha, pois era muito curiosa e não estava a ver nenhum frigorífico lá em casa e há mais de três semanas que não via passar a carrinha da Olá.
- Chupei geada, minha netinha, ora essa!
Finalmente, a vaquinha olhou bem para a avó e ficou meio espantada. Ou talvez até toda espantada.
- Ó avó, tu hoje tens uns olhos muito grandes!
- São para te enxergar melhor, minha netinha!
- E porque é que tens a língua tão grande? Deves estar mesmo muito doentinha!
- É para te lamber melhor, minha querida!
Os olhos do boi brilharam e o casebre ficou tão iluminado que a vaquinha reparou por fim...
- E esses chifres, avó, porque é que tens uns chifres tão grandes?
- Ah!... Isso tens de perguntar ao teu avô!
- Hã?!!!... Não sabia que tinha um avô!
- Ah, isso é uma grande história, ninguém precisa de saber...
- Mas... ó avó, o que é essa coisa que tens aí no meio das pernas?
- Isto é para te comer!
Dizendo isto, o Touro Mau atirou-se à indefesa e inocente vaquinha. E...

... e fazemos aqui um intervalo pois esta parte foi censurada...
... e, dizia o locutor, mais uma vez o Benfica saiu fortemente beneficiado pela actuação do trio de arbitragem. Um resultado escandaloso. Ganhou com um golo marcado com a mão e ainda por cima obtido em posição irregular...
.. Hã? Já acabou.... ok, continuemos...

E a vaquinha gostou tanto que só não mandou um email à mãe a dizer que ia dormir a casa de uma amiga e que só voltaria na manhã seguinte, porque não sabia o que era um email. Mas ficou na mesma e só voltou na manhã seguinte.

E, sob o mesmo céu azul, mais azul que as meias do Pinto da Costas, e das mesmas amoras, mais gostosas que os lábios da Angelina Jolie deitada sem camisa na relva macia do estádio de Alvalade, mas de outras nuvens brancas, embora estas também lavadas com lixívia Neoblanc, ela voltou para casa cantarolando e feliz:

Pelo pasto fora
Não volto sozinha
Pois dentro de mim
Tenho outra vaquinha

FIM

- E a avó?
- Vai bem, muito obrigado!

20 de janeiro de 2009

a tragédia

Tutum tutum tum tum tum...
Tum tum tum... tutum tutum...
O som - som é uma forma de dizer, aquilo era mais uma espécie de poluição - vinha lá dos lados da rua das portas do santo. Antão, de seu nome, que isto de santos tem muito que se lhe diga. Há um para cada dia e um dia para eles todos. É um fartote! Agora que penso nisto verifico que esta coisa dos santos é um pouco racista. Há uns de primeira e uns de segunda. Alguns, muito poucos, dão até direito a um dia sem trabalho (gosto destes). Outros, coitados, ficam na molhada do dia de todos. O dia da manada!
O barulho estava a entrar no Rossio. E em todas as janelas até ao Chiado o que, às 23:17 de um domingo, não era lá muito agradável. enfiou-se até pelo carro da polícia adentro, interrompendo o roncar de um e os assobios do outro. Meio assarapantados, tentaram determinar a origem. Tarefa difícil. A noite estava escura, os candeeiros estariam bem num velório e chuva intensa parecia fazer fumo ao bater no asfalto. Quem é que se atrevia a deitar a cabeça de fora? Eu não, mas eu também não sou polícia. Não que tenha algo contra os fardados e boina de pala, somente não poderia agora estar aqui a debitar a minha profunda sabedoria.
TUM TUM TUM ... a coisa engrossava... Um berro lá do alto das águas furtadas obrigou à investigação do de nariz à Pinóquio e óculos à Zorro. Um marmita (usando a terminologia do DF, pois que pela do VV seria um marquês e na minha somente um palerma). O camarada, gingando de tronco nu, calções e chinelos, transportava a tolha num ombro, o direito, e um tijolo berrante ( também conhecido em alguns locais por rádio), no esquerdo.
Estranho, pensou o polícia. O gajo deve ser maluco.
- Ouça lá, o que é que vossemecê anda aqui a fazer a estas horas com isso em altos berros? Para onde é que o senhor pensa que vai? Vamos lá a desligar isso e a mostrar os seus documentos, se faz favor. Com aquela chuva toda, se faz favor. Era um polícia educado.
- Hã? Hugh... Vou prá praia, não vê a toalha?
- Praia a estas horas e com este tempo? O senhor vai mas é entrar ali pró carrinho e esclarecer tudo na esquadra.
E lá o enfiaram no banco traseiro e zarparam em direcção aos Restauradores. Talvez fosse do frio, talvez da chuva, quiçá de terem sido acordados a meio do ronco, o certo é que não contaram com a habilidade do artista. Deixar-lhe o rádio foi a causa do desastre. Sintonizou uma onda, abriu a janela e saiu a nadar por ela fora. O de azul bem acelerou, mas a onda era forte e o carro avançava aos coices. Era uma daquelas carroças do tempo em que os T-Rex emboscavam os coitados dos brachiosaurus ali prós lados do Martim Moniz. E, azar dos azares, em frente ao cinema São Jorge, pufff! Um furo! Ah Ah! ... o gajo vai safar-se!
- Porra, berrou o da esquerda, era só o que me faltava agora! Vá lá atrás tirar o macaco e muda o pneu. Porra (já tinha dito isto), logo tinha de ser eu a estar de serviço hoje. Há dias de manhã em que um gajo à tarde não pode sair à noite. Xiça! Vai lá, pá, eu já me encharquei todo a falar com o gajo.
Que remédio, o polícia maçarico lá teve de sair pró dilúvio. Abriu a mala e, ó raios, o macaco saltou e subiu pró alto do poste de iluminação!
E bem o tentaram chamar! Macaquinho, anda cá. Anda cá, macaquinho! Macaquinho, macaquinho... Hei! Hei!, ó macaquinho! Hei!, ó £@$§@, desce daí, porra!!!
Mas nada! Hihihih ... hihihihi ... e gozava, lá do alto do reino das vertigens...
- Vai ali à cervejaria e compra uns amendoins, eles gostam de amendoins... E gostava... E foram a sua perdição. Colocados na calçada, bem junto da base, foi num ápice que o animal desceu... E agarrado, enquanto olhava pró o pacote. Não conhecia aqueles, com a cara do Mantorras estampada na embalagem. (porque é que não deixam jogar o Mantorras?)
O símio seguro, o pneu trocado, o símio guardado, a mala fechada, os polícias sentados, as portas fechadas, lá foram de novo aos soluços, Avenida da Liberdade acima, Marquês, São Sebastião (esta coisa dos santos está a perseguir-me...), Praça de Espanha... E alcançaram o gajo em Sete-Rios. Prenderam-lhe os braços, tiraram-lhe o rádio, desligaram a onda e levaram-no para a esquadra de Santa Marta.
Não deviam. Antes tivessem optado pela de Carnide. Ao entrar, morreram todos afogados.
O chefe sofria de cataratas!

16 de janeiro de 2009

as loiras

Este texto deveria ser dedicado à Super Bock. Reconheço que a Unicer está a envidar todos os esforços no sentido de nos fornecer um patrocínio exclusivo, mas a manifesta falta de tempo do nosso departamento comercial levou a que fossem, à última hora, desmarcadas sete reuniões com os responsáveis máximos da mesma. Quero, aliás, pedir desculpas públicas aos administradores desta empresa que na sua última deslocação à nossa redacção tiveram de esperar somente seis horas para receber a notícia da nossa impossibilidade de comparecer, dado estarmos ocupados a gastar o stock de Sagres. Afirmo desde já que essa nossa falta será corrigida e que na próxima reunião eles poderão esperar um mínimo de onze horas. Providenciaremos um stock adequado da revista Maria com não mais de oito anos, meio puzzle de sudoku, assim como um cobertor que a nossa camarada YaGGsdoVa aqui perdeu, o qual lhes será de muita utilidade contra geada matinal. Infelizmente terão de esperar na rua, dado o nosso escritório estar fechado por falta de pagamento da renda.
Posto isto, e para que esta página não fique vazia, decidiu a redacção, numa atitude tão arbitrária quanto louvável, dedicá-la àquelas criaturas providas de pernas e, às vezes, um pouco mais que isso.
Para aqueles menos familiarizados com estas coisas das ondas cerebrais e para as felizes contempladas, esclareço que no texto que se segue um P corresponde a uma pergunta, sendo o R reservado às respostas.

P: Como se denomina (vulgo chama) a uma loira intrometida entre duas morenas?
R: Um bloqueio mental.
P: Em tempos ouvi falar em loiras-burras, o que é isso?
R: Um pleonasmo, obviamente! (santa ignorância...)
P: Ontem vi uma loira a pintar o cabelo de preto. Porque faria ela isso?
R: Inteligência artificial, meu filho, inteligência artificial!
P: É verdade que deus fez as loiras antes das morenas?
R: Ouve lá, tu por acaso fazes a prova final antes do rascunho?

Ai!!! Xiça!!! ... Irra!!! Vou mas é parar com isto que a Maria Loira aqui do lado já me deu uma marretada com o salto da bota aqui na tola!

15 de janeiro de 2009

Editorial

Esta publicação não existe! E se, porventura, tu achares o contrário, esse problema é mera e exclusivamente teu e, de forma alguma, poderá ser imputado algo à não-equipa que não redige o dito. Apesar da sua não existência (não motivada por interesses de lobies económicos ao serviço das grandes multinacionais ou sequer do governo Sócrates), a não-equipa de redacção que o não-produz adverte que a sua leitura pode ser prejudicial à saúde. Reconhecemos que o papel onde não é impresso pode, eventualmente, e em circunstâncias que não estamos a averiguar, deixar marcas que poderão ser de difícil explicação.

Somos um grupo de crânios elitista, de QI bastante para olhar de cima e estamo-nos borrifando para aquilo que tu pensas. Contudo, abrimos uma pequena excepção para concordar contigo sempre que a tua opinião coincida com a nossa.

Por fim, queremos afirmar que não nos movem quaisquer motivações políticas (fica sempre bem dizer isto). Regemo-nos por interesses inconfessáveis, não reveláveis por estarem sujeitos ao segredo da sagrada confissão. As nossas fontes são sagradas. Somente as revelaremos em troca de uma avultada quantia de euros ou caso sejamos apanhados e torturados pelo inimigo. Podem ficar sossegados, portanto, todos aqueles que na sua boa vontade vão colaborando.